Carta de Apresentação - Blog73

Primeiro, vamos às apresentações: Quem somos nós? Somos muitos e muitas, homens e mulheres, de todas as cores, identidades e gêneros. Somos trabalhadores, empreendedores sociais, cientistas, estudantes, jovens, adultos e aposentados. Somos de outras regiões e migramos para cá, somos daqui e moramos em outra região, somos frutos das várias mao-de-obras baratas que foram exploradas neste solo, que vieram em busca de um sonho que não viram se realizar. Somos aqueles que foram tirados do litoral e escanteados aos morros e mangues da cidade. Viemos dos campos agrários, das montanhas, dos rios e florestas, dos mares e das fábricas. Somos diversos, misturados, invisíveis, desabrigados e desacolhidos. E essas definições só aumentam e crescem exponencialmente, vindo de todos os continentes, nações, religiões e percepções plurais possíveis.

Saudamos quem aqui esteve antes de chegar, quem veio quando aqui estávamos e quem ainda há de chegar.

Lembraremos os milhões de indígenas queimados nas páginas de história, os milhões de negros afogados na memória, o trabalho esquecido e desvalorizado que constituiu essa gigante nação desigual e injusta. Nascemos para quebrar essa gigante máquina de engolir culturas e destruir histórias para criar hegemonias culturais baseados na branquitude do bloco norte global.

Um salve a Milton Santos, Dandara dos Palmares, Darcy Ribeiro, Luísa Mahin, Paulo Freire, Mariana Crioula. Anísio Teixeira. Marielle Franco e tantos outros pensadores e personagens da nossa história nacional, bem como Jorge Amado, Joana Angélica, Caboclo Marcelino, Eusínio Lavigne, Maria Valdelice, Pedro Mattos, José Henrique Abobreira, Claudio e Bernadete, que fizeram e fazem a diferença na região.

Nossas reverências a quem trabalha, produz e vive a cultura, como Mãe Ilza, Romualdo Lisboa, Tânia Barbosa, Ruy Penalva, Ed Paixão, Laís Marques, Rodrigo Melo, Eloah Monteiro, Gabriela Maja, Janete Lainha, Iara Colina, Mãe Laura, Nego, Leo, Tom, Moa Vênus, Potira, Mailton, Cabeça Isidoro e tantos outros projetos coletivos culturais que permanecem vivos e produzindo arte através do Dilazenze, Via de Acesso, OQuadro, Dr. Imbira, Teatro Popular de Ilhéus, Grupo A-RRisca, Fé e Alegria, Aceai, Coletivos de hip Hop, Amparo Melhor e Almafrica.

E aí você se pergunta: Em meio a uma crescente de criação de portais de notícias e veículo de informações, porque criarmos mais uma? Simples, nós não temos rabo preso com nenhuma estrutura institucional de poder. Em um cenário regional onde quase todas plataformas têm vereadores, deputados e pleiteantes a algum cargo institucional, nós temos o compromisso de exercer a função de oposição a estrutura de poder, representando vozes muitas vezes esquecidas e silenciadas pelos interesses pessoais e financeiros que permeiam o meio. É dar visibilidade a empreendedores iniciantes, a estudantes, a cientistas, as mães, cidadãos e cidadãs indignados com a falta de acesso a serviços públicos essenciais para vida.

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